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Posição da Associação Brasileira de Angus sobre a retirada da vacinação contra febre aftosa

A Associação Brasileira de Angus publicou um manifesto sobre sua posição com relação à retirada da vacinação contra a febre aftosa. Confira abaixo:

“Porto Alegre, 07 de novembro de 2017.

Posição da Associação Brasileira de Angus sobre a retirada da vacinação contra febre aftosa

A Associação Brasileira de Angus vem a público manifestar sua posição sobre o projeto de retirada da vacinação contra febre aftosa. A Angus entende que a suspensão da imunização seria um ótimo caminho se houvesse condições de realizar o processo sem risco ao rebanho bovino brasileiro. Contudo, frente ao atual cenário político e econômico nacional, a associação manifesta-se contrária à iniciativa tendo em vista os motivos expostos abaixo:

– O Brasil atravessa um período de crise econômica com recessão e falta de recursos públicos para investimentos básicos, como saúde e segurança pública. Desta forma, é difícil acreditar que haverá suplementação de verba para viabilizar todo o controle necessário para garantir o cumprimento das regras de trânsito de animais conforme determina a legislação em caso de retirada da vacinação. Vigilância que torna-se ainda mais frágil se considerarmos as imensas fronteiras secas existentes entre o Brasil e os demais países do Mercosul.

– Retirar a vacinação nos moldes propostos é correr um risco enorme que não trará grandes vantagens à pecuária nacional. O manejo do processo de imunização já faz parte da rotina dos criatórios e sua supressão em muito pouco reduzirá custos. Muito pelo contrário, colocará todo o rebanho sob ameaça sem necessidade.

– A vacinação contra febre aftosa não tem impedido que a carne brasileira atinja aos mais diversos mercados nos cinco continentes. Atualmente, há uma demanda imensa pela nossa carne premium no exterior que nem mesmo consegue ser atendida pela indústria nacional.

– Em caso de ocorrência de um foco da doença, a legislação prevê uso do rifle sanitário e indenização dos animais sacrificados sem, porém, considerar a existência de exemplares de valor zootécnico superior e, consequentemente, sem o respectivo reembolso diferenciado. Desta forma, o procedimento poderia ameaçar planteis de valor imensurável para a genética Angus do Brasil, incluindo reprodutores que carregam consigo mais de 100 anos de melhoramento da raça e adaptação ao país.

– A retirada da vacinação não é unanimidade dentro do Mercosul uma vez que há consciência sobre as fragilidades a que os animais ficam expostos sem a imunização.

– A retirada da vacinação como previsto pelo plano do Ministério da Agricultura seria feita de forma escalonada e por regiões, o que não é bom para as negociações internas da pecuária nacional. Tal processo dificultará a circulação dos bovinos exatamente em um período em que a raça Angus está se disseminando pelo Brasil com trânsito de terneiros e reprodutores.

Diante do exposto e, independente de nosso posicionamento, a Associação Brasileira de Angus mantém-se disponível para a discussão do assunto, colaborando para o desenvolvimento da pecuária nacional.

Diretoria
Associação Brasileira de Angus”

Fonte: Associação Brasileira de Angus, adaptada pela Equipe BeefPoint.